Novos

Blog criado pelo jovem Picuiense Alex Farias, 20 anos, Bacharelando em Direito pelo Centro Universitário do Rio Grande do Norte (UNI-RN), Escritor, Poeta e Cordelista. Tem o objetivo de mostrar ao mundo, através desse meio de comunicação tão amplo, ao qual chamamos de Internet suas criações, bem como de amigos,em poemas, poesias, cordeis, contos, crônicas, paródias e várias outras vertentes da literatura. Amigos,sejam todos muito bem vindos ao "Versando com Alex Farias".

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O DIA EM QUE LAMPIÃO ESCAPOU DA MORTE

Antes de mais nada gostaria de esclarecer, que essa primeira semana é a semana que tirei para postar meus primeiros escritos e o DIA EM QUE LAMPIÃO ESCAPOU DA MORTE foi meu primeiro cordel, objetivando apresentar em um projeto do professor Robson Rubenilson o escrevi quando tinha 16 anos, logo de antemão peço desculpas pela falta de métrica que ocorre em determinadas estrofes. Mas me comprometo de postar a nova versão melhora do DIA EM  QUE LAMPIÃO ESCAPOU DA MORTE! Boa Leitura a todos.

Amigo leitor você é um privilegiado
Pois os fatos que vou contar
Nunca foram relatados
Do dia que lampião
Encontrou se com Damião
E quase foi assassinado.

Antes de dizer como isso tudo se deu
Deixe me contar primeiramente
Como tudo se ocorreu
Era uma segunda dia 14
Num sol quente de lascar
Foi quando aconteceu.

Lampião e o bando seu
Resolveram se apear
Chegando nas redondezas
Da fazenda carcará
Onde coronel Sabino
Vivia sempre por lá.

Ao descer do cavalo
Chamou logo zacaria
Que do mato respondeu:
“As suas ordens chefia”.
Zacaria era um crioulo de dois metro e um bocado
Matava por brincadeira bastava ser contrariado.

“Vamos armar acampamento”
Falou logo lampião.
E zacaria arreganhou-le os dentes
E falou: “as suas ordens meu patrão”
Lampião sem cerimônia
Deitou-se e cochilou ali mesmo naquele chão.

Lampião sonhou com sangue e arma pra todo lado
Logo que se acordou estava todo suado
Olhou pra um lado e pra o outro
Ouviu um barulho e ficou desconfiado
Viu o sentinela dormindo
E falou consigo mesmo: “depois cuido desse veado”.

Era noite de lua cheia e os grilos já cantavam
Lampião se levantou para olhar o que se passava
Pois sabia que muita onça e outros bichos ali passavam
Botou a mão na peixeira e viu um cabra agachado
Pensou consigo mesmo “vou dar um susto nesse cabra
E deixá-lo todo melado”.

Puxou a faca das calças
E do mato quando saiu
Gritou: “diga seu nome e a puta que lhe pariu”
O cabra meio assustado
As calças foi levantando
Olhou pra lampião e logo foi lhe falando:

-“Meu nome é Damião              
O conhecido capador
Meu pai é Ferreirão
Conhecido rezador
E a santa que me concebeu
É a senhora dona flor.”

-“Pois seu Damião peço-lhe só um favor
Desapareça da minha vista
Se pela sua vida tem valor
Pois eu sou lampião cangaceiro do sertão
E não fui com sua cara”
Lampião completou.

-“Perai seu lampião!
Não terminei de me apresentar
Ou foi tu que num entendeu
Que cabra macho que nem eu
Ainda tô por encontrar
E num é o senhor lampião que vai me amedrontar!”

“Pois sou Damião o capador
E já matei muita gente
Eu como carne de cobra
Eu bebo sangue de gente
E cabra que nem tu
Mando os ossos pros parentes.”

Lampião quando ouviu isso
Muito louco ele ficou
Raspou a faca no chão
E no cabra se jogou
Deu-lhe uma bofetada
E depois o esmurrou.

Damião em pouco tempo
Mostrou ser bom de briga
Depois de levar a bofetada
Deu-lhe um soco na barriga
O soco foi tão forte
Que lampião cuspiu lombriga.


Os dois se derrubaram
E lampião pegou o outro por traz
Aplicou uma chave de braço
E apertou cada vez mais
Damião conseguiu se soltar
E agora era a vez dele pegar o outro por traz.
                                           
A chave de braço Damião não conseguiu
E lampião se soltou
Deu lhe um murro nas venta
Que o sangue espirrou
Deu lhe outro na barriga
E depois se levantou.

Nem bem se pôs de pé
E damião lhe derrubou
Depois de uma rasteira segura
Ele o esbofeteou
Deu lhe um murro nas venta
E em seguida o esmurrou.

Pegou nas golas de lampião
E na cara lhe cuspiu
E disse: “cabra safado
Vou mandá-lo remendado pra puta que lhe pariu”
Puxou a faca do cós
E um golpe desferiu.

A sorte de lampião foi um tiro que ecoou
O pobre do Damião
Ele todo se borrou
Qual tamanha foi essa dor
Que na hora já morreu
E foi zacaria quem matou.

Lá estava lampião
Todo ensangüentado
Olhou para frente e também olhou pro lado
E viu o corpo de Damião
Que fora baleado
Bem pertinho estirado.

Olhou para Zacaria
Com a sua mão estirada
E disse: "escute bem
Olhe aqui seu cabra
Não quero que você
Diga nada disso a cambada".


Talvez você se pergunte: e como você escreveu?
Se isso aconteceu assim?
Não me pergunte,
Pois não falo sobre mim
Sou Alex Farias
E só sei que foi assim.
                                                                                                            

0 comentários: